Os sete pecados capitais da lista consagrada são uma espécie de tratado do comportamento humano. Por séculos, serviram de guia para o enquadramento  dos indivíduos em padrões morais do certo e do errado. A vida contemporânea ampliou e ressignificou estas disposições.  A vaidade passou a ser vista como autoestima e a avareza como própria de pessoas previdentes. O pecado da traição dos superiores (felonia) que Dante condenou ao mais profundo dos círculos do Inferno, seria visto hoje como mais leve do que a luxúria que a Divina Comédia coloca entre os menos pesados. Assim, a ascensão de valores e o dinamismo da pós-modernidade trabalham esta base moral antiga e colocam um novo homem que, necessariamente, deve produzir novos pecados.